SENGOKU - REPROGRAMANDO UM CARTUCHO DE NEO GEO AES

ADEUS FATAL FURY, OLÁ SENGOKU!

Sengoku é o primeiro beat'em up lançado para Neo Geo. Lembro que costumava ser um jogo barato há alguns anos, no entanto, hodiernamente o preço está bem salgado. Eu pesquisei nos sites de leilões brasileiros e não encontrei nenhuma cópia à venda por aqui. No Ebay a cópia mais barata que encontrei está custando 314 dólares + 29 dólares de frete. Na cotação de hoje do dólar essa cópia do Ebay sairia por 1272 reais + IOF  e se você for taxado em 60%, como é de praxe, as taxas custariam 763 reais... Em suma, se você for taxado, vai pagar o absurdo valor de 2035 reais + IOF.

Quanto ao jogo em si,  na minha humilde opinião, é um jogo fraco e parece ser um jogo de Mega Drive bem do mais ou menos, aliás, se formos comparar Sengoku com Streets of Rage 2, por exemplo, Streets of Rage é 10 vezes melhor.

Bom, como eu disse para vocês, não é um jogo ruim, só não se compara com os melhores jogos do estilo. Na verdade o Neo Geo não tem grandes títulos no gênero beat'em up.

                        Cópia mais barata para venda na internet no dia da publicação deste post.

A CONVERSÃO

Se você nem sabe o que é uma conversão clique aqui e aprenda o que é e como se faz.
Como dito no post sobre citado, a escolha das placas é o primeiro passo para um conversão bem sucedida... É possível, com adaptações nas roms ou mesmo pontes de fio, conseguir gravar quase qualquer jogo em quase qualquer placa, no entanto, quanto mais próxima a placa doadora for do jogo desejado, maior é a chance de sucesso e mais "limpo" será seu resultado final.
Nesse caso específico iremos usar as placas do jogo Fatal Fury como doadoras. Esse jogo atualmente é bem comum e barato aqui no Brasil, um dos poucos que ainda se compra por menos de 300 reais. As placas do Fatal Fury 1 são idênticas às placas do jogo Sengoku, o que facilita muito nosso trabalho, outro quesito facilitador é a "quase" ausência de jumpers para reconfigurar.
No resumo, se fôssemos classificar as conversões de Neo Geo em ordem de dificuldade esse seria o tipo de conversão mais fácil de todos. (PLACAS IGUAIS, SEM JUMPERS PARA CONFIGURAR)

Esse foi o resultado final depois de gravar as eprons e substituir todas as originais. Por uma lógica simples percebi que sempre que o slot era preenchido por uma eprom, existia um capacitor azul próximo a este slot, portanto, os que estavam sem o capacitor mas agora tinham eprons, eu completei com um capacitor azul.

Nessa placa eu copiei o jumpers que encontrei na internet, (5M e 5M, Resistor no 4.7k). Para fechar um dos 5M eu usei uma perna de capacitor, para ficar agradável aos olhos, mas um fio fino serve bem. Essa eprom circulada em vermelho é compatível com a 27c322 e 160, porém tem apenas 128k (resgatei ela de uma Fatal Fury antiga). Geralmente eu uso eprons do tamanho correto para cada aplicação, contudo, sei que existe uma maneira de usar eproms pino compatíveis maiores dobrando ou quadruplicando os arquivos a serem queimados na eprom. Eu nunca tentei fazer isso porquê escolhi esse caminho mais fácil mesmo, por isso essa eprom estranha ao comum. O arquivo P2 tinha 128k.

As soldas que fiz com um ferro de solda lixo de Tramontina (marca de panela) pois meu ferro de solda da Hikari estragou... Ficou mais ou menos, mas de qualquer forma, meu conselho é que usem sempre ferramentas de boa qualidade, assim o serviço fica bem mais fácil e bonito.

OS CUSTOS

O cartucho doador Fatal Fury custou 350 Reais na caixa e com frete incluso; as eprons custaram uma média de 15 Reais cada (contando frete e descontando as que chegam estragadas), totalizando 150 reais gastos em eprons; O label, insert e manual, saem por uns 85 Reais, se você for compra-los prontos. O valor total de custo sai por 600 reais, valor bem mais em conta que os 2035 reais + IOF cobrados na cópia genuína sobre citada nesse post. Ainda assim, 600 reais é um preço relativamente alto, eu sei.
Temos que contar ainda que perdemos um dia de trabalho, gastamos estanho, fluxo de solda, energia, tempo de estudo, gasolina para ir até a gráfica, etc... Mesmo com todos esses percalços e custos ainda vale a pena para mim, pois eu acho bem gratificante aquela sensação de que cumpri um objetivo, aprendi alguma coisa e participei da montagem do meu jogo.

Todo esse papo sobre os custos serve para que cada um decida se vale a pena ou não encarar esse desafio. Saber o preço também é legal para aqueles que não têm o mínimo de habilidade com ferro de solda e eletrônica, mas pretendem comprar cartuchos reprogramados de terceiros... Se souberem o preço de custo é mais fácil avaliar se você não está sendo explorado.

Por último, queria dizer que não vendo Roms, não vendo cartuchos reprogramados, não endosso a pirataria de qualquer forma, tudo que foi ensinado aqui é gratuito. Você pode montar um cartucho para você usando o que ensino aqui no blog, mas é sua responsabilidade adquirir os direitos sobre os jogos, o que na verdade não é nada difícil ou caro.

Obrigado mais uma vez ao nosso amigo Leandro Marcondes, colecionador de SP, por ajudar a comunidade fazendo e dividindo as artes da Sengoku conosco.