RESSUSCITANDO UMA PLACA CAPCOM CPS3


Consegui comprar várias placas de fliperama no começo desse ano, tudo bem baratinho mas sem garantias de funcionamento. No meio desse lote grande de placas arcade veio uma Capcom Play System 3 (CPS3). Para quem não conhece a CPS3, ela foi uma placa lançada pela CAPCOM nos anos 90 para substituir a bem sucedida CPS2.
Ao todo foram lançados 6 jogos para CPS3, sendo 3 versões de Street Fighter 3; 2 versões de JOJO's e Red Earth. Na verdade, se olharmos bem, são apenas 3 jogos principais lançados para essa plataforma, os outros são apenas atualizações:
 Jojo's  Adventure
 Red Earth
Street Fighter 3
Vamos botar a mão na massa! O nosso primeiro passo consiste em saber como a placa funciona, ou como deveria funcionar... em poucas palavras, a placa lê um CD com os dados do game, armazena os dados nas memórias DIMM e um cartucho decodifica esses dados...
Não é atoa que essa placa foi um fracasso comercial:1) essa arquitetura era muito complicada para os operadores; 2) Cds arranham e estragam com o tempo; 3) o cartucho se suicidava quando a bateria acabava e o operador tinha que pagar para Capcom consertar o jogo pelo qual ele já tinha pagado um fortuna; 4) cada jogo novo que era lançado vinha com o requisito de mais pentes de memória; 5) os jogos demoram quase 1 hora para serem transferidos do CD para as memórias; ou seja, no resumo, é um pesadelo para qualquer operador.
Toda essa volta que a CAPCOM deu foi para impedir a pirataria e isso ela conseguiu fazer, mas em contrapartida, acabou inviabilizando o sucesso da placa... bom, voltando a minha CPS3, recebi a placa com os 6 pentes de memória necessários para rodar tudo (4 de 128 e 2 de 64) e um cartucho suicida de decodificação que já estava sem a bateria.
As memórias eram suficientes para rodar Street Fighter 3 Terceiro Impacto (O killer app). Essa foi uma excelente notícia, visto que essas memórias são caras e bem difíceis de serem encontradas hoje em dia.
O leitor de CDs usado originalmente é no formato SCSI de 50 pinos (leia-se "scusi"). Essa tecnologia era usada em servidores do final dos anos 90 e não é muito fácil de encontrar um leitor desses funcionando por aí em 2020. Era uma tecnologia top de linha, mas hoje já tem de 20 anos de idade e tudo que exite no mundo um hora acaba estragando.
Os preços dos CD's (que têm uma serigrafia linda, diga-se de passagem) são absurdos e cada jogo precisa de um cartucho de decodificação. Como esses leitores de CD SCSI têm partes móveis, e como já disse, são caros e difíceis de achar, tudo isso aliado ao fato de eu não ter nenhum CD original para usar, me levaram a recorrer a uma alternativa moderna para resolver o problema da falta do leitor de CDs obsoleto.
Se não quiser usar CDs, use esse adaptador, essa placa sai por 90 dólares (07/05/2020), mas não vem com o cartão Sd nem com o cabo SCSI (tem que comprar separado). Busque por SCSI2SD no EBAY.
Um cara de apelido Mitsurugui, que também fez a Darksoft de CPS2 (Te amo, obrigado!), desenvolveu uma alternativa para que o cartucho de desencriptação vire um decodificador universal, o seja, um cartucho apenas decripta todos os 6 jogos lançados.
Foto do cartucho de segurança aberto
Essa é a foto do meu cartucho de segurança. Esse processador com um adesivo colado "A" é um processador Hitashi (o mesmo que tem no Sega 32x e no Sega Saturn), no entanto, este que vem no cartucho de segurança da CPS3 é custom (isso é importante, voltaremos a isso mais tarde).
Essa memória retangular do lado direito da foto acima é uma Fujitsu 29F400T (DIP 48), é nela que fica a bios da CPS3.
Existem 02 formas de fazer a modificação para a multi bios, ou Darksoft, como queira chamar: a primeira consiste em substituir o Chip Hitashi custom por um chip comum... acho que o jeito mais fácil de arranjar um chip desses seria canibalizar de alguma carcaça de Sega Saturn; a segunda opção consiste em manter o Chip Custom e substituir apenas a bios Fujitsu 29F400T.
Na segunda opção, a CPS3 ainda tem que contornar a encriptação, mas pelos relatos que ouvi, a bios Darksoft consegue fazer isso com maestria, sendo assim, não vi motivo substituir o Hitashi e arriscar quebrar alguma coisa ou pegar um processador estragado de uma sucata de Saturn.
Uma coisa muito importante é que a Fujitsu 29F400T, É REGRAVÁVEL!!! Eu quase comprei outro chip, mas não é preciso fazer isso, pois pode regravar o que vem no cartucho.
Se você tiver um gravador universal de eprons intermediário, será capaz de gravar você mesmo sua bios (eu usei meu Wellon VP598). O problema é que como o encapsulamento é TSOP 48 eu tive que comprar um adaptador.
Esse é o adaptador que comprei.
Retire a bios com um soprador, encaixe a bios no adaptador, encaixe o adaptador no seu gravador de eprons, e mande ver!!! Não tem segredo, é como gravar uma eprom de janela, só que esta será reescrita eletronicamente. O próximo passo é instalar a bios nova no cartucho de desencriptação e tudo vai funcionar. 
Onde conseguir os arquivos para gravar a BIOS? Boa pergunta! Neste link aqui você vai encontrar a última versão da Bios. Se for manter o Hitashi original (custom), como eu, grave a Bios CUSTOM.
Quando ligar a placa, deixe o Start apertado e ela vai entrar no menu Darksoft, a última opção do menu te levará a esta tela da foto. Aqui você vai selecionar o jogo que quer gravar.
Você deverá entrar nesse link que passei aqui no post e queimar um CD (caso use o leitor original). No caso de usar a alternativa moderna, deverá copiar a ISO do CD para o SCSI2SD. Todos os jogos estarão neste CD, só precisa dele.
Clique no game que você quer e a CPS3 vai fazer o resto do serviço. Depois de uns 40 minutos você terá seu jogo copiado para as memórias DIMM e vai poder jogar sem usar o leitor de CD ou o adaptador quantas vezes quiser.
Quando eu testei minhas memórias pelo software da Darksoft me deparei com esta tela... não sei se o teste foi bem sucedido, mas como meu SCCI2SD não chegou ainda, vou ter que esperar para ver se as memórias estão OK ou não.
Eu sei que não é aconselhável que você fique reescrevendo as memória toda hora, pois elas têm um limite de gravações, além do mais, se for para esperar 40 minutos de loading toda vez que for ligar a placa compensa mais jogar a versão de Dreamcast (menos Red Earth) ou apelar para os emuladores.
O Dreamcast tem excelentes ports de CPS3,  não vejo diferença entre os ports e os originais. Os emuladores também rodam os jogos com uma eficiência razoável em qualquer hardware modesto... então você se pergunta: Por que eu você e eu vamos perder nosso tempo e dinheiro para consertar isso?
A resposta é simples, somos malucos e desocupados ;) (Brincadeira!)
Tem haver com a conservação de uma parte importante do hobby que tanto amamos. Os emuladores são excelentes opções para quem não tem grana, tempo, espaço, etc... mas jogar no hardware original é legal e assim mantemos a história viva.
Até onde eu pude testar, a minha placa parece estar em ordem e deu tudo certo, contudo, tenho que esperar o resto das peças chegar para testar tudo. Quando eu tiver tudo que é necessário eu atualizarei esse post, ou farei uma segunda parte.
Caso precise de uma label nova para seu cartucho de segurança. Essa foi a mais bonita que encontrei (Atualizado em 06/01/2021)
Caso precise de uma capa para o CD do Darksot CPS3. (Atualizado em 11/01/2021)
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Comentários

  1. Opa Roberto! Teve continuação essa saga? Como foram os testes com o SCCI2SD? Abcs

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    Respostas
    1. O darksoft deu certo, inclusive eu reprogramei vários a pedido de amigos. Meus pentes de memória foram testados e funcionam. O Adaptador SCCI2SD deu certo. Infelizmente a minha placa principal está muito judiada, não consegui acertar ela... o chip grande ( DL alguma coisa) está quebrado e ele é custom... não tem como trocar fácil. Espero um dia achar um para trocar pelo meu queimado ..

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    2. Puxa, pena que o problema é um chip custom, complica muito. Quem sabe algum dia desenvolvam uma solução para esses chips (fpga?). Ainda bem que essa placa veio de "brinde"..rs. Valeu pelas infos! Abcs

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