UMA BREVE HISTÓRIA DOS VÍDEO GAMES

Esse texto foi escrito por Pedro Henrique Pelissari Cazuza (corrigido e formatado por mim), se você quiser publicar algo relacionado a games aqui no blog, será bem vindo também!!! É só entrar em contato comigo.
Você já deve ter ouvido falar que “o Nintendo Switch, o Playstation 5 e o Xbox Series X são os consoles da nova geração de games” ou que “tal console foi o melhor desta geração”. Afinal de contas, o que é uma geração no mundo dos vídeo games? O que separa os jogos em gerações?
O conceito de geração no mundo gamer se refere aos ciclos de evolução/revolução dos vídeo games. Uma geração revoluciona quando traz algo totalmente diferente ou quando desenvolve uma tecnologia já existente à pontos ainda não imaginados, resolvendo seus problemas e aumentando sua capacidade. 
Agora vamos conferir as nove gerações da trajetória dos games até hoje.
Pac-man é um clássico eterno
Primeira geração: o começo
A história dos jogos começa em 1972, com o Magnavox Odyssey. Desenvolvido pelo engenheiro americano Ralph Baer, era um aparelho muito simples: não possuía som, nem cor e tudo o que aparecia na tela eram alguns quadrados e retângulos brancos em um fundo preto. Para simular pistas ou gramados era preciso colocar uma folha de acetato colorido sobre a tela da TV. Só mais tarde, na versão Pong, foi inserido o áudio.
Magnavox Odyssey, o jogo se resume a estes três pontos brilhosos na tela.
Os controles do Magnavox continham discos analógicos, Os jogos vinham em pentes de programação e as regras vinham inscritas em manuais, pois o videogame não podia processar essas informações. É engraçado pensar que uma tecnologia aparentemente tão rudimentar já tenha sido o que existia de mais moderno no mundo.
O Coleco Telstar foi outro destaque da primeira geração, produzido entre 1976 e 1978. Esse aparelho tinha um preço mais em conta, conseguiu espaço com clones de Pong, e a escassez de fabricantes de chips na ocasião, ajudou a liderar o mercado. O homem descobrira um mundo novo e tinha muito o que aprender para desenvolver os hardwares e softwares simples da época. 

Magnavox/Telstar
Pong
Segunda geração: o império do 2600 e o “crash de 83”
Os aparelhos da segunda geração vinham com processadores de 4 ou 8 bits, capazes de computar pontos, de controlar as regras dos jogos, de gerar imagens melhores e também trouxeram as primeiras formas de inteligência artificial, como: inimigos que repetiam movimentos pré-definidos ou que seguiam e fugiam de nosso personagem na tela.
Eles eram capazes de operar com mais cores e pontos girando, os bonecos trocavam de posição (mais tarde isso ficaria conhecido como Sprite). 
Os jogos possuíam cenários de fundo e fases diferentes armazenados na memória dos cartuchos, a nova mídia utilizada na época. A maioria dos consoles tinha três canais de som, que geravam ruídos característicos e até mesmo algumas músicas simples. 
Os controles vinham de diferentes formatos: alavancas, discos analógicos, um ou vários botões. Geralmente os games tinham o objetivo de fazer a maior pontuação possível e as vezes, traziam uma pequena história no manual. 
O primeiro console da geração foi o Fairchild Channel F, de 1976, que trouxe grandes avanços tecnológicos da época. O grande destaque da geração foi o Atari 2600, de 1977. O Atari 2600 foi responsável pela criação do mercado de games. Porém, o grande sucesso do 2600 empolgou tanto, que todas as possíveis fabricantes resolveram se inserir no segmento; incontáveis empresas produziam hardware e software ao mesmo tempo, loucas pela glória. Tudo ficou barato e abundante. Com cada vez mais jogos ruins, feitos às pressas para ganhar dinheiro. O interesse geral pelos consoles foi migrando aos poucos para os sedutores computadores. Vieram prejuízos, demissões, falências (cartuchos enterrados no deserto...). O resultado disso foi o “crash de 1983”, grande recessão que duraria anos. 
Pitfall,clássico do Atari 2600

Atari 2600/Channel F
Terceira geração: era dos 8-bits 
Enquanto os videogames estavam em decadência nos EUA, eles começavam a ganhar força no Japão.  
Os consoles japoneses possuíam microprocessadores 8 bits e aumentaram muito a capacidade visual dos games, com sprites mais coloridos, mais detalhados e com a capacidade de rolarem na tela. Mas, com tantos detalhes, geralmente os jogos apresentavam poucos inimigos por vez na tela, para evitar o flickering (revezamento de sprites). 
No quesito sonoro, também houve uma grande evolução, sendo capazes de emitir efeitos sonoros, vozes sintetizadas, músicas mais longas e bem trabalhadas. Mais tarde apareceriam aparelhos com sintetizadores que traziam resultados ainda mais incríveis. 
Os controles deixavam de usar alavancas para usar direcionais digitais e os cartuchos vinham com maior capacidade, o que aumentou o tamanho dos jogos (não precisariam mais de loops de tela) e desbancou os manuais com as histórias dos games, já que agora era possível colocar diálogos de texto na tela ou cutscenes (Ninja Gaiden é um bom exemplo). 
Nessa geração a Nintendo lançou o Famicom e a Sega, começou a aparecer, em um segundo lugar bem distante com o seu Master System. Portáteis vinham sendo preparados. No fim da geração, a Nintendo, absolutamente rica e poderosa, confiava que o 8-bit manteria-se por algum tempo, mas a Sega pensava diferente. Uma guerra, a mais intensa já vista, começava.  Graças ao NES, o mercado de games voltava a se aquecer nos Estados Unidos. 
Super Mario Bros lançado para NES e FAMICOM

Famicom/Sega Master System
Quarta geração: Sega X Nintendo 
A "era 16-bit" teve a lendária guerra entre Sega e Nintendo, brigando pelo domínio. O início dessa geração foi com a NEC, lançando seu PC Engine no Japão, com processador 16-bit para gráficos, mas CPU ainda 8-bit. 
Mais um empresa entrava no mercado de games de sola, a SNK, com o poderoso Neo-Geo levou jogos idênticos ao arcade para casa, bom, pra casa de uns poucos que podiam pagar seu alto preço do console dos jogos.
O Neo Geo era tão poderoso graficamente que só foi alcançado plenamente pelos consoles caseiros na sexta geração... o Sega Saturn conseguiu chegar perto dele na quinta geração.
A evolução foi no sentido de melhorar o que se fazia nos 8-bit e não necessariamente revolucionar. Sprites maiores, mais camadas, áudio com mais canais e processadores velozes permitiram games 2D maiores, RPGs com centenas de cenários e vozes. Os controles enriqueceram, em botões e designs. 
Surgiram os primeiros aparelhos baseados em CD, com add-ons como o Sega CD e PC Engine CD; cartuchos davam sinal de esgotamento e visivelmente perderiam lugar na próxima geração, já que leitores de disco ficavam mais baratos e rápidos, e os problemas de tempo de carregamento diminuíam. Entre esses pioneiros da mídia em CD, estavam o Neo-Geo CD, que sofreu bastante com seu drive de velocidade simples de 1x. 
Os portáteis tinham sua própria disputa com o Game Boy x Game Gear. A Sega estava orgulhosa de colocar seu colorido no mercado pouco depois do monocromático da Nintendo — em todos os aspectos técnicos possíveis, o aparelho da Sega detonava com o rival. Ou quase todos: o Game Boy ganhou graças a dois fatores: duração da bateria e Tetris, um dos jogos mais clássicos de todos os tempos.  Mesmo com tudo o que foi citado, o que definiu de fato a geração 16Bits foi a intensa disputa entre Mega Drive e SNES.
O 2D estava em decadência. Os polígonos nos arcades apontavam o futuro e a tecnologia se aproximava dos mundos 3D nos consoles. Star Fox no SNES e os "Virtua" da Sega — o precursor Virtua Fighter, seguido de Virtua Racing — sugeriam que dessa vez, estavam a caminho uma revolução.







Snes/Mega Drive/PC engine
Quinta geração: o 3D
A revolução foi confirmada com a adoção universal dos gráficos 3D. A mídia dessa geração foi majoritariamente o CD, embora a Nintendo tenha permanecido nos cartuchos. A Sega perdeu espaço graças à complexa arquitetura do seu Saturn: difícil de programar, mas um dos melhores consoles para games 2D já feitos.
Os controles também mudaram: no Nintendo 64, um direcional analógico deu mais precisão para movimento livre num ambiente tridimensional. Os botões aumentaram e ocuparam dois lugares em cada ombro do controle do PlayStation, que também inovou com um improvável direcional de quatro pontos. Surgiram rumble packs e os cartões de memória ganharam importância.

Playstation 1/ Sega Saturn
Gráficos 3D do jogo The Legends of Zelda: Ocarina of Time, lançado para Nintendo 64
Nintendo 64
Sexta geração: potência maior
A sexta geração trouxe a consagração definitiva dos jogos tridimensionais, além de CPUs mais avançadas. As GPUs, que antes eram conhecidas como aceleradoras gráficas ganharam maior importância e eram capazes de realizar mais de 70 milhões de polígonos por segundo.
Vivida entre a virada do milênio, essa geração foi a era em que vimos a partida da Sega do mercado de consoles. A empresa ainda tentou manter-se com o excepcional Dreamcast, com jogos online sendo a maior novidade, mesmo que ainda através de conexões humildes. Os famigerados DLC surgiram de forma mais organizada. 
A Nintendo nessa geração abandonou os cartuchos, mas não se rendeu ao que todas as outras empresas faziam: inventou um padrão próprio de mini-DVD e falhou, pois o console não rodava DVDs comuns, importante diferencial no sucesso. A SONY , com seus PlayStation 2, obliterou a concorrência. 
Um concorrente de peso nasceu nessa geração quando a gigante Microsoft lançou a primeira encarnação do Xbox. 
Foi nessa geração que começou a haver uma certa uniformidade de qualidade em lançamentos entre plataformas, tendência iniciada com os "cross platform" de Saturn e PlayStation. Aquelas diferenças gritantes de outrora entre um mesmo jogo rodando em diferentes consoles, já não existiam; agora eles possuíam estruturas similares. No mundo dos portáteis a  Nintendo seguia dominante. 

Dreamcast/Game Cube/Ps2/Xbox
Sétima geração: agora em HD
Com a sétima geração houve grandes avanços: jogos em alta resolução, serviços em rede mais sólidos, execução de filmes em BD (Blu-ray) e, no caso da Nintendo, uma variação nos controles — decisiva para sua retomada da liderança de vendas. 
O Wii Remote, controle baseado em movimentos, chamou a atenção milhões de jogadores casuais que adquiriam o videogame para brincar na sala, junto com a família. 
Baseados na incrível inovação da Nintendo, a Sony e a Microsoft lançaram PlayStation Move e Kinect; o segundo foi longe, transformando o jogador  no próprio controle, algo que a Sega havia tentado com o desastroso Activator. Controles sem fio também se tornaram essenciais para os gamers. 
No quesito gráfico, era possível capturar movimentos e expressões de atores. O objetivo era animar tudo da forma mais realista possível, sem sobrecarregar o sistema. 
Nos portáteis, a Nintendo continuou dominando com o Nintendo DS, que tinha uma tela sensível ao toque e acesso ao Wi-Fi. A Sony lançou o PSP, com disco em formato próprio (UMD) e conexão com o PlayStation 3. 

Wii/ Ps3/Xbox 360
Oitava geração: grande imersão
Além da comum evolução dos gráficos e dos sons, também houve maior aumento na capacidade dos processadores que agora emitiam várias partículas independentes na tela. 
A parte multimídia dos consoles se intensificou e eles agora contavam com uma rede social integrada, além de interagirem com outras redes sociais onde o usuário poderia compartilhar screenshots ou capturas de gameplay feitas no próprio videogame. 
Os óculos de realidade virtual também foram uma grande inovação, aumentando imensamente a imersão que os jogadores experimentavam dentro dos games. Tudo parecia muito mais real. 
A Nintendo também trouxe uma inovação com o Wii U, trazendo um controle com tela touch e que interagia com o que se jogava na TV.
WiiU/PS4/Xbox One
Nona geração: a atual
O primeiro console lançado para a nova geração foi o Nintendo Switch. Com o mesmo aparelho é possível jogar em uma televisão, no aeroporto, fora de casa, enfim, onde quiser! É possível prender partes do controle nas laterais do console para transformá-lo em um videogame e utilizar na TV ou desmontá-lo, transformado-o num portátil. Além disso, também é possível transformar o controle em dois ou mesmo jogar com as mãos separadas. Além da possibilidade de se criar brinquedos que diferenciam no jeito de jogar o, Nintendo Labo. 
Com o recente lançamento do Playstation 5 e do Xbox Series X, os novos consoles prometem gráficos ainda mais surpreendentes (em 4k) e processadores com capacidade de criarem mundos totalmente diferentes em segundos. Provavelmente veremos também nessa geração uma grande evolução dos dispositivos de realidade virtual nessa geração.
Xbox Serie S/Switch/PS5
Aqui nós finalizamos essa jornada, por hora, e esperamos ansiosamente pelo que a geração atual pode trazer de inovador para esse universo mágico dos videogames.
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Texto escrito por Pedro Henrique Pelissari Cazuza e revisado por Roberto F. Louzada.

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