PANCADARIA EM BITS

Sentar a porrada em todo mundo, comer um belo frango direto da lata de lixo e códigos para obter vidas extras, são só alguns dos elementos que compõem os famosos beat ‘em ups. Eu sou Pedro Henrique e hoje conheceremos um pouco da história dos jogos popularmente conhecidos como "briga de rua". 
ORIGENS 
Jogos de luta existem desde 1976 e sempre foram muito divertidos, mas sempre eram um contra um e com mecânicas bem simples. 
Foi em 1984 quando a Irem lançou um game chamado Kung Fu Master (Spartan X), o primeiro jogo a colocar um personagem para socar vários inimigos de uma só vez. Era um jogo baseado em filmes de astros como Bruce Lee e Jack Chan. Ainda assim, a movimentação do lutador era simples, apenas em direita-esquerda, golpe alto e golpe baixo. Detalhe para a donzela em perigo, que é um dos maiores clichês do estilo.
Coube ao título Renegade, de 1986, trazer uma das características marcantes do gênero; o movimento em profundidade, podendo se movimentar em 8 direções, o game também trouxe o controle com layout de três botões e um chefe único para o final de cada fase (outro maravilhoso clichê). 
Se Kung Fu Master foi baseado em filmes de artes marciais, Renaeade foi baseado no filme de 1979, The Warrios. Embora fosse muito inovador, Renegade também possuía alguns problemas como fases muito pequenas e a ausência do fator primordial nesse gênero: o multiplayer.
A ÉPOCA DE OURO 
A idade de ouro dos beat ‘em up começou com o clássico da Technos Japan, Double Dragon. A trama do game é simples: os heróis Billy e Jimmy deveriam salvar uma mulher em perigo chamada Marian. 
Este jogo melhorou todos os elementos de Renegade e trouxe várias novidades como adquirir armas dos inimigos, arremessar barris e a melhor parte, a possibilidade de jogar em dois players em modo cooperativo. 
O jogo se tornou muito popular, apesar dos inúmeros bugs, como por exemplo, a cotovelada indefensável que quebrava a inteligência artificial. Pelo seu sucesso, foram produzidos mais dois jogos, sendo o terceiro o pior da trilogia... Foram produzidas também algumas sequências mais recentes (Double Dragon Neon). 
Soldados mortos ressuscitados por Zeus, que podem se transformar em lobos, dragões, ursos, tigres e até lobisomens dourados, tudo isso para salvar Atena das mãos do demônio/ feiticeiro Neff. Essa maluquice toda é o enredo de Altered Beast, um grande clássico da SEGA lançado nos arcades em 1988. 
O jogo era ambientado na Grécia antiga e os personagens evoluíam e ficavam mais fortes, além de fugir completamente dos estereotipados punks de rua, o jogo trazia uma tela de transformação que impressionava pela qualidade e pelos detalhes. 
Saindo da mitologia grega e caindo nos contos fantasiosos de guerreiros e feitiços, eis que foi lançado em 1989, outro game que marcaria a história dos beat ‘em up: Golden Axe. 
Essa maravilha de Makato Uchida conta a história de três bravos guerreiros buscando se vingar do ditador Death Adder, que havia assassinado seus parentes. 



Talvez a maior inovação deste jogo tenha sido seus personagens, que deixavam de ser os mesmos personagens com diferentes cores, para trazer três figuras totalmente diferentes umas das outras: Ax Battler, o guerreiro (ou o Conan de cueca azul), Tyris Flare, a feiticeira e Gilius Thunderhead, o anão do machado. Cada um deles possui um poder diferente que afeta todos os inimigos da tela. Além disso, o jogo trazia montarias que dobravam a diversão e a vontade de descer a pancada em todo mundo. 
Esse aqui foi lançado poucos meses depois de Golden Axe e é considerado por muitos o maior jogo do gênero. A história mostra como Haggar, Cody e Guy lutam ferozmente para salvar Jessica (filha de Haggar, prefeito de Metro City e lutador aposentado) da Mad Gear Gang. O jogo foi inspirado no filme Streets of Fire. 
Mapa de Metro City
Tentando resgatar o mesmo sucesso que Double Dragon em 1987, Final Fight traz o melhor que um jogo de porradaria poderia trazer. Com personagens únicos, percorrendo um espaço de tela quase três vezes maior que qualquer game do estilo até então. Trouxe o que definiria o padrão de protagonistas (forte, rápido e balanceado) e um novo golpe que dava uma surra em todos os inimigos ao redor mas que gastava um pouco de life (mais um clichê do gênero).
Confesso que este é o meu favorito de todos os citados nesse post. o primeiro jogo trás a aventura de três policiais (Axel, Adam e Blaze) que tentam recuperar a cidade do domínio do chefão do crime Mr.X. Além da trilha sonora incrível de Yuzo Koshiro, o jogo é diversão garantida do inicio ao fim e no final você tem que tomar uma decisão que definirá o final do jogo.
A segunda parte é a mais aclamada pelos fãs e sempre aparece na lista dos melhores jogos para Mega Drive e costuma figurar também nas lista dos melhores games do gênero.
O terceiro jogo da série não é um jogo ruim, certamente, mas teve alguns problemas bem graves. O primeiro deles é a trilha sonora...  Yuzo Koshiro fez umas músicas meio experimentais com melodias geralmente ruins e até agressivas aos ouvidos. Outro aspecto negativo foi a censura no ocidente... tivemos um chefe muito "diferente" excluído do jogo, censuraram as roupas da Blaze e algumas outras coisas. Por último, trocaram a paleta de cores de alguns personagens, tipo, o Axel usa uma camisa amarela nada haver. Não sei quanto a vocês, mas eu odeio todas essas mudanças.
"Chefe diferente"
O game faz parte de uma quadrilogia, sendo o mais recente lançado esse ano de 2020 para todas as plataformas correntes.
Streets of Rage 4 trouxe de volta vários personagens clássicos, além de introduzir alguns novos.
A QUASE EXTINÇÃO 
Com o lançamento de Street Fighter II em 1991, a era dos jogos de luta começava e as do de pancadaria estava tendo dificuldades em se manter. Além da popularização de um novo gênero, a falta de ideias originais também causava cansaço aos jogadores, que não queriam comprar a mesma experiência que já haviam tido com outros grandes clássicos. 
A queda de popularidade do gênero ocorreu aos poucos durante a primeira metade dos anos 90 e nesse período ainda surgiram títulos marcantes como Cadillacs and Dinosaurs, Dungeons and Dragons, X-Men, Punisher, Alien X Predator e muitos outros. 
UMA VIDA EXTRA 
Hoje temos muito mais diversidade de jogos e experiências no mundo dos games, mas se você acha que os clássicos beat ‘em ups de rolagem lateral morreram, está muito enganado. Existem estúdios que ainda hoje acreditam no potencial desses jogos, como por exemplo, a The Behemoth, que lançou Castle Crashers. Este game resgata aquela sensação incrível de bater em alguns monstros junto com os amigos e é uma boa pedida para quem curte o gênero.
Jogos como Papruim (recentemente lançado para o Mega Drive),  Scott Pilgrim Vs The World (lançado para PS3 em 2010), Double Dragon Neon (lançado em 2012) e alguns outros que foram lançados após o auge do gênero não deixaram os briga de rua morrerem.
É óbvio que não dá para falar sobre todos os briga de rua, seria necessário uma enciclopédia inteira para isso.

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